O ano de 2020 marca os 120 anos de um dos maiores pensadores da educação brasileira, um dos responsáveis pela criação da escola pública no Brasil: Anísio Teixeira. Como servidores públicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), hoje uma Fundação do Ministério da Educação, nos parece importante lembrar que nossa instituição também foi uma criação de Anísio.

Como sintetiza o escritor César Benjamin no livro “Ensaios Brasileiros”, o tema central da obra do educador baiano é “o problema da transição da educação de poucos, tal como havia no Brasil, para a educação de todos, o ideal a ser atingido”. Certamente essa é uma questão que persiste em nosso tempo.

Anísio parecia compreender, já naquela época, ser necessário uma visão sistêmica da Educação, que pense a formação nos mais diferentes níveis, pois estão intrinsecamente conectados e se alimentam. Então, além de lançar as bases da escola pública e fundar a “Escola Parque”, por exemplo, foi também responsável pela criação da Universidade do Distrito Federal (1935) e um dos mentores da Universidade de Brasília (UnB).

Tal questão já aparecia como fundamental para a fundação da CAPES em 1951, quando mesmo antes de termos cursos de mestrado e doutorado consolidados no país, a então coordenação do Ministério foi responsável por enviar bolsistas brasileiros para especialização no exterior.

Se ao longo dos anos a CAPES se desenvolveu de maneira muito bem sucedida para capacitar o que deveriam ser os quadros mais elevados da educação brasileira, com fomento e avaliação da pós-graduação stricto sensu, nossa história sofre uma inflexão aos princípios de Anísio em 2007, quando numa nova configuração determinada por lei, a CAPES passa a se ocupar também da formação de professores da Educação Básica, com a criação de duas Diretorias a serem responsáveis pelo tema e a gestão de uma série de programas que visavam capacitar atuais e futuros docentes.

Entre as iniciativas mais bem-sucedidas dessa empreitada, tanto pela magnitude quanto pelo engajamento, está o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) que visa proporcionar aos discentes de cursos de licenciatura uma aproximação prática com o cotidiano das escolas públicas por meio de fomento ao estágio e que chegou a marca de aproximadamente 90 mil bolsistas em 2014.

Essa segunda edição dos Cadernos Acadêmicos ASCAPES traz um trecho de um estudo avaliativo do Pibid, com base no modelo proposto pela Theory-Driven Evaluation. Entre as conclusões da tese de doutorado que se debruçou sobre o tema, estão o papel do programa no fortalecimento do vínculo com o curso e com a profissão docente, além da convergência para uma concepção ampliada de docência, ambos temas que certamente seriam caros a Anísio.

Com a publicação desse novo caderno, a Associação de Servidores da CAPES pretende manter aceso o debate crítico e avaliativo sobre a importância do “novo” trabalho desenvolvido pela Fundação nos últimos 13 anos, além de reafirmar o papel dos servidores da casa, Analistas e Assistentes em Ciência e Tecnologia, como pensadores, formuladores e críticos de Políticas Públicas para Educação e C&T.

Acesse aqui o documento completo: http://ascapes.org.br/site/wp-content/uploads/2020/09/CADERNOS-ACADEMICOS-ASCAPES-N.-2-Um-estudo-avaliativo-do-Pibid.pdf

Boa Leitura!

Diretoria Executiva da ASCAPES